sábado, 15 de novembro de 2008

Culinária Árabe

Ao longo da minha vida sempre desconfiei da culinária árabe. Esta coisa de comer carne crua parece desculpa de preguiçoso. Além do mais há a questão sanitária: é uma abraço para pegar uma tênia. Foi com este background que fui comer em um restaurante árabe pela primeira vez.

Era um dia quente do início deste ano e uma tentativa de achar um restaurante indiano aberto havia malogrado. Andávamos eu, minha então namorada e um casal de amigos pela Cristóvão Colombo quando o letreiro do restaurante nos chamou a atenção e, uma vez que nos programáramos para almoçar algo não trivial, cozinha árabe nos pareceu bom o suficiente.

A experiência foi bastante boa. Estava quente e o ar-condicionado funcionava à pleno jogando ar gelado nas minhas costas. Pedimos o rodízio para conhecer um pouco de tudo e logo nossa mesa estava repleta de iguarias, incluindo o tradicional quibe cru. Evitei a princípio, mas acabei provando e gostando. Mais um preconceito abandonado!

O lugar, creio que o nome era Lubnnan, pareceu um excelente restaurante nesta minha primeira incursão pela cozinha árabe. Os problemas claros eram o serviço de média qualidade, o ambiente simples e uma forma extremamente restrita de pagamento. Para nossa surpresa, o restaurante não aceitava nem cheques, nem cartões, apenas dinheiro! O dono nos propôs trocar uma das mulheres pelo almoço, acrescentando ainda dois camelos e cinco barris de petróleo. O acordo não foi fechado, coisa da qual muito me arrependo! Hoje, sem namorada, vejo que poderia ter trocado os barris de petróleo à cotação de U$150 e ir trabalhar montado em um camelo! Além de economizar o ônibus, isto certamente agregaria estilo à minha vida!

Hoje, alguns meses após minha experiência inicial, já sou um fã da culinária árabe. Sábado passado, como em outras oportunidades, tive a sorte de conseguir companhia para jantar no Al Nur, restaurante que julgo ser o melhor do gênero na capital. A quantidade de comida da rodada (um rodízio de 18 pratos) é desproporcional. Parece que fiquei o Ramadan inteiro de jejum e agora tenho que compensar!

A comida é bem feita e o serviço rápido. Se a idéia for experimentar um pouco de tudo, cuidado no início. Os pratos da rodada vêm em três levas e, caso abuse das primeiras, não sobrará espaço para a última - erro que normalmente cometo. Para beber, normalmente escolho o suco de pêssego que não é natural, mas é da Del Valle!

A primeira leva de comidas é de longe a minha preferida. Uma porção de pão sírio, coalhada, quibe cru e pasta de grão de bico. Necessário amplo auto-controle para não se embuchar ali. Na segunda leva vem o delicioso kafta, o quibe frito, algumas esfirras e outros pratos interessantes. A terceira fase traz trouchinhas de repolho (ok, eu ainda mantenho alguns preconceitos culinários), arroz bichairia e outros complementos (de fato, para o meu paladar é a pior leva).

O problema do Al Nur é o estacionamento. A rua é pequena e dá algum trabalho estacionar. A espera por um lugar é normalmente grande também (uns 20 a 30 minutos) se chegar em um horário concorrido. Estes problemas, contudo, são contornáveis e não chegam a atrapalhar.

Um comentário:

Clacs disse...

pô Alex, coitada da tua "então namorada"!!
Eu não acho o atendimento do Lubnan ruim, eu gosto bastante de lá.. talvez por já ter ido lá com amigos que eram amigos dos donos, sabe como é..
e não acho o lugar simples, acho tão bom quanto o Al Nur (apesar de que não fui no Al Nur depois da reforma).
Bom.. eu sou mega suspeita pra falar.. afinal, a dica foi minha aquele dia!
abração